Passagem pelo Vime
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Passagem pelo Vime
Talvez devido a esforço de choro ou tosse convulsa, não é raro que uma criança fique rendida, isto é, com alguma hérnia.
Quando isso acontece, procuram os pais convidar três homens com o nome de João e três raparigas, ainda donzelas, que se chamem Marias, bem como alguns amigos ou pessoas de família e deslocam-se, na noite de São João, a um sítio onde haja um vimal.
Vão as raparigas munidas de uma roca, de três fusos e de uma estriga de linho.
Um dos Joões leva uma navalha com a qual fenderá o vime, na extensão necessária para que pelo meio passe a criança.
Á meia-noite começa o trabalho: o primeiro segura o vime, comprimindo-o do lado superior e inferior de modo a formar arco. Os outros dois colocam-se um em frente do outro.
Pergunta o que irá tomar conta da criança:
"-Que me dás, João?"
"-Toma lá este menino,
para que seja salvo e são,
em louvor de São João!" - e passa-lho através do vime.
Logo o outro repete a pergunta e faz o mesmo trabalho.
Entretanto, as Marias fiam da mesma roca.
Interrogam-nas também:
"-Três Marias, vós que fiais?"
Elas respondem:
"-Linho assedado
pra ligar o vime,
onde passa o menino
que está 'cobrado'!"
Passam-no pela terceira vez e, depois, o que preparou o vime aperta-o com o linho por elas fiado. Procura que não fique nenhum bocado sem fio e este seja rematado de forma a não se desprender, pois a cura só se verificará se o vime soldar.
Terminada a tarefa, rezam todos em voz alta um Pai Nosso e uma Avé Maria.
E retiram.
No silêncio da noite, ecoa o latido dos cães, perturbados no sono habitual; as estrelas cintilam no céu e a Lua, muito branca, derrama sobre os campos uma luz macia.
Apetece continuar por fora de casa, mas não se detêm, pois são horas de deitar a criança e de se sentarem á mesa, para uma refeição que os pais da mesma criança procuram seja de molde a pagar o favor que acabam de prestar-lhes.
Quando isso acontece, procuram os pais convidar três homens com o nome de João e três raparigas, ainda donzelas, que se chamem Marias, bem como alguns amigos ou pessoas de família e deslocam-se, na noite de São João, a um sítio onde haja um vimal.
Vão as raparigas munidas de uma roca, de três fusos e de uma estriga de linho.
Um dos Joões leva uma navalha com a qual fenderá o vime, na extensão necessária para que pelo meio passe a criança.
Á meia-noite começa o trabalho: o primeiro segura o vime, comprimindo-o do lado superior e inferior de modo a formar arco. Os outros dois colocam-se um em frente do outro.
Pergunta o que irá tomar conta da criança:
"-Que me dás, João?"
"-Toma lá este menino,
para que seja salvo e são,
em louvor de São João!" - e passa-lho através do vime.
Logo o outro repete a pergunta e faz o mesmo trabalho.
Entretanto, as Marias fiam da mesma roca.
Interrogam-nas também:
"-Três Marias, vós que fiais?"
Elas respondem:
"-Linho assedado
pra ligar o vime,
onde passa o menino
que está 'cobrado'!"
Passam-no pela terceira vez e, depois, o que preparou o vime aperta-o com o linho por elas fiado. Procura que não fique nenhum bocado sem fio e este seja rematado de forma a não se desprender, pois a cura só se verificará se o vime soldar.
Terminada a tarefa, rezam todos em voz alta um Pai Nosso e uma Avé Maria.
E retiram.
No silêncio da noite, ecoa o latido dos cães, perturbados no sono habitual; as estrelas cintilam no céu e a Lua, muito branca, derrama sobre os campos uma luz macia.
Apetece continuar por fora de casa, mas não se detêm, pois são horas de deitar a criança e de se sentarem á mesa, para uma refeição que os pais da mesma criança procuram seja de molde a pagar o favor que acabam de prestar-lhes.
Miguel Pereira- Administração
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