Freguesia de Vila Fonche
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Freguesia de Vila Fonche
Brasão: escudo de verde, castelo de prata aberto e frestado de vermelho, lavrado de negro, entre palma de ouro posta em faixa, em chefe e cacho de uvas de ouro, folhado de prata, em campanha. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “VILA FONCHE”.
Bandeira: amarela. Cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.
(capela de Nossa Senhora do Castelo)
Ocupando uma área de cerca de 310 ha, Vila Fonche já se confunde com a Vila de Arcos de Valdevez tendo, portanto, uma área fortemente urbana, para onde a vila de Arcos de Valdevez se estende com novas construções, a restante parte da freguesia tem características predominantemente rurais. Os seus limites são estabelecidos pelas freguesia de Parada a norte, Monte Redondo e Guilhadeses a sul, Arcos de Valdevez (Salvador) a nascente e Rio Frio a poente.
Vila Fonche foi designada sob o nome de Guilhafonxe, que se supõe ser corrupção de Gil Afonso.
Está citada nas Inquirições de D. Afonso III como "Sancte Columbe de Guiliofonxi". Aparece como Vila Fonche já no século XIX.
Antigamente a área da freguesia estendia-se até ao terreiro da vila dos Arcos e por esse motivo se dizia que Guilhafonxe foi sede da vila, o que de facto não se verificou pois as casas da câmara sempre pertenceram à freguesia de S. Paio e foi esta a única paróquia da nascente povoação de que resultou a vila dos Arcos e, agora, por paradoxal que pareça, é a vila que cresce para dentro de Vila Fonche.
A capela de Santa Maria do Castelo, no alto do monte de Santa Cruz foi finalizada e benzida em Fevereiro de 1890.
José Cândido Gomes dava conta para esta freguesia dos seguintes lugares: Egreja, Eira, Tijó, Quinta, Casal, Soeiro, Foja, Arrancada, Cepa, Facho, Pontelhão, Torrado, Outeiro de Cima, Outeiro de Baixo, Tourim e Santa Bárbara.
Segundo o autor, Eugénio de Castro Caldas, Santa Comba, a padroeira, não pode ter tido imagem que os cristãos escondessem num penedo para não ser profanada pelos mouros, isso porque Santa Comba teria sido martirizada em Córdova, no século IX, por esses mesmos mouros, e, naturalmente, só mais tarde viria a ter imagens. Todavia, decorreu o tempo suficiente para nos arcos se engendrar a lenda que deu motivo a um artigo publicado em 1900, na revista Portugália, por Rocha Peixoto, artigo que diz existir um bloco de granito, onde numa das faces se vêem cavidades de várias dimensões e em número. Diz ainda o artigo que foram evidentemente praticadas com intenção, embora se denunciem os efeitos erosivos que naturalmente explica a exposição sob que a rocha jaz. Informa que a altura do bloco deve exceder os 5 metros, e que na parte superior se observa uma cavidade que é ladeada por 4 outras menores de menor diâmetro e proximamente iguais. Dá a conhecer que a face que dá para o castelo de Rio Frio as cavidades são em maior número, de dimensões e contornos variáveis, avultando uma situado ao alto e à esquerda, que representa um papel na lenda local e que parece não obedecer a qualquer intenção de simetria ou interdependência, nas esculturas referidas, esta rocha esculpida é denominada "Penedo de Santa Comba".
Para Eugénio de Castro Caldas, o Penedo de Santa Comba constitui bom exemplo de santuário que teria sido destinado ao culto da divindade porventura anterior ao Endovélico lusitano, que o cristianismo retomou, colocando nele imagem de santa que, retirada do local sagrado, teima em retornar à rocha como se pretendesse nela se conservar.
O padre Bernardo Pintor diz-nos que o Castelo de Santa Cruz (Monte de Nossa Senhora do Castelo), em 1258 era lembrado pelos moradores de Vila Fonche, que recordavam as obrigações que tinham tido para com a antiga fortaleza informando que "agora jaz esse castelo dirribado!". Naturalmente nunca mais foi reconstruído, tendo caído em completo esquecimento.
O arqueólogo Martinho Baptista acentua que "o concelho dos Arcos de Valdevez é particularmente rico em castros, embora nenhum deles tenha sido objecto de escavações sistemáticas. Vulgarmente ligados ao povoamento da Idade do Ferro, quase todos estão romanizados". E assinala entre vários o castro de Eira (Vila Fonche).
(panorâmica de Vila Fonche)
"Em 1258, na lista das igrejas, situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das inquirições de D. Afonso III, é citada sob a denominação de “Vilifonsi” como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui.
Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, que o rei D. Dinis mandou organizar para o pagamento de Taxa, figura com o nome de “Sancte Columbe de Guelhistes” . Foi taxada em 50 libras.
Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença foi desmembrada de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta até 1512. Neste ano, o Arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu ao bispo de Ceuta a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.
Quando entre 1514 e 1532, o arcebispo D. Diogo de Sousa, mandou avaliar os 140 benefícios eclesiásticos incorporados na diocese de Braga, Vila Fonche, então denominada, Guilhafonse, rendia 39 réis, um ferro de arado e 50 alqueires de pão.
Na avaliação efectuada em 1546, sendo arcebispo de Braga D. Manuel de Sousa, o estipêndio desta igreja calculava-se em 24 mil réis, acrescidos de 3 mil réis e o pé do altar pela vigairaria confirmada, como consta no Registo Geral existente no Arquivo Distrital de Braga. Vila Fonche denominava-se, ao tempo, Santa Comba de Guilhafonse da vila dos Arcos.
Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, Vila Fonche era da apresentação de leigos, designadamente dos viscondes de Vila Nova de Cerveira."
Miguel Pereira- Administração
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